sexta-feira, 20 de novembro de 2009

texto da une

Agosto de 1992. Com a força da contestação, os estudantes secundaristas ultrapassam os limites da sala de aula e saem às ruas para pedir o impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello. Insatisfeitos com os rumos do governo, eles fazem ecoar seus direitos de cidadãos e exigem a ética na política. Ficam conhecidos como os "caras pintadas".

Os movimentos estudantis no Brasil têm uma longa história de lutas que passa pela libertação dos escravos e pela proclamação da República. Mas foi a partir da criação da UNE - UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES -, no dia 13 de agosto de 1937, que os estudantes universitários se organizam para lutar pela construção da democracia e justiça social no Brasil.


Passeata da UNE em 1942 A UNE participa de movimentos importantes: manifesta-se contra o regime nazi-fascista que se instaurava no país com o Estado Novo; exige uma posição do Brasil contra o Eixo durante a II Guerra Mundial; e luta pelo fim da ditadura Vargas.


Em 1947, com o ideal nacionalista, os estudantes aderem à campanha "O Petróleo é Nosso". Nos anos 60, a UNE, somada às UEEs, representações estaduais de estudantes universitários, coloca-se ao lado dos movimentos populares.

O país atravessa um processo de transformações sociais, com movimentos trabalhistas e sindicais apoiados pelos partidos de esquerda. Cresce a instabilidade política quando Jânio Quadros renuncia e sobe ao poder o petebista João Goulart.
Jango, como fica conhecido, propõe reformas de base para o desenvolvimento do país com justiça social.

Sintonizada com a idéia de mudanças, a UNE cria os Centros Populares de Cultura e leva as discussões dos problemas sociais brasileiros, por meio do teatro, cinema e da música, para pontos distantes do país.

Na greve geral de 1962, a União Nacional dos Estudantes se une a Jango na luta pela reforma educacional. Eles reivindicam a ampliação do ensino gratuito e a democratização da estrutura universitária.

Manifestação da UNE
pelas reformas de base

31 de março de 1964: Insatisfeitos com os rumos do governo Jango, os militares, apoiados por setores sociais conservadores, dão o golpe de Estado que leva o Brasil para uma longa ditadura militar.


Passeata da UNE contra
o acordo MEC/USAID No dia 1° de abril, a sede da UNE é incendiada no Rio de Janeiro.Os estudantes tentam resistir ao golpe militar. Mesmo sem sede a UNE continua ativa, na clandestinidade, criticando a intervenção norte-americana na educação brasileira, estabelecida no acordo MEC/USAID.


1968: enquanto o Brasil vive tempos de violenta repressão, explodem em vários países as manifestações estudantis. Apesar das questões específicas nacionais, há outras que são comuns a todos como a guerra, a justiça social, a liberdade de expressão...

No Brasil, o movimento estudantil também se intensifica. Mesmo sob forte repressão, líderes estudantis atendem a convocação da clandestina UNE para o seu 30° Congresso, realizado em Ibiúna, interior de São Paulo. O encontro é interrompido com a invasão da polícia, que prende centenas de estudantes.


Estudantes sendo presos
Ibiúna - SP

Com a decretação do Ato Institucional número 5, os cidadãos brasileiros vivem a violência: direitos políticos cassados, intelectuais demitidos do serviço público, presos políticos torturados e desaparecidos.
Com o AI-5 em vigor, os movimentos estudantis de massa desaparecem para voltar no final da década de 70. Desta vez, para lutar pela anistia e pela volta ao regime democrático. A UNE volta à legalidade em 1985. Ressurgem grêmios e centros estudantis.


Manifestação dos Caras Pintadas Em 1992, os estudantes de todo o país manifestam-se a favor do impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello. Os jovens secundaristas pintam o rosto e se juntam a outros setores sociais na luta contra a corrupção e pela ética na política.


Roteiro: Solange Martins

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