quinta-feira, 31 de dezembro de 2009






Jovens tiram a roupa para repudiar machismo na universidade

Grupo de 250 pessoas fez passeata até o Salão de Atos da Reitoria para apoiar a aluna Geisy Arruda, ameaçada no mês passado na Uniban
Daiane Souza - Da Secretaria de Comunicação da UnB




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Roberto Fleury/UnB Agência

Manifestantes percorrem o campus chamando a comunidade

Às 14 horas desta quarta-feira cerca de 250 estudantes – alguns nus, outros vestidos apenas com roupas íntimas – chegaram à reitoria da Universidade de Brasília em protesto contra a atitude machista dos estudantes da Uniban de São Bernardo do Campo (SP) contra estudante Geisy Arruda. Os alunos estão no Salão de Atos da Reitoria para entregar ao reitor José Geraldo de Sousa Júnior um documento com reivindicações de políticas institucionais para a segurança da mulher na instituição.

O grupo considera o caso de Geisy absurdo e o comparam com situações de preconceito e machismo registrados na UnB. Um exemplo citado durante a manifestação foram os atos de violência sexual ocorridos na universidade, como o ataque a uma estudante de 18 anos, em abril deste ano.

“Todos os dias as mulheres e outras minorias sofrem agressões na universidade. São agressões verbais, falta de segurança e assédios por parte de professores e funcionários. Todas as minorias, aqui, estão vulneráveis e expostas”, diz Luana Gaudad, 20 anos, estudante de Serviço Social e militante do Klaus, grupo da causa GLBT da UnB.


Roberto Fleury/UnB Agência

A estudante Telma segura cartaz em solidariedade a Geisy Arruda

O protesto foi convocado pelo CA de Sociologia, e rapidamente se espalhou por e-mail e pelo Orkut. "Acreditamos que o movimento estudantil, assim como o movimento social, não pode aceitar nenhuma forma de agressão, machismo ou preconceito", afirma Rodolfo Godoi, estudante de sociologia.

A carta aberta à comunidade, assinada por estudantes, professores(as) e servidores (as), diz que a agressão a Geisy Arruda "se sustenta nos valores discriminatórios que integram a sociedade capitalista que vivemos, onde as representações sociais da mulher se baseiam numa ótica de subserviência masculina".

A carta também reivindica políticas institucionais contra o machismo, criação de creches, um centro de referência da mulher e o levantamento dos registros de violência contra a mulher nos quatro campi (veja box).

O reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Júnior, manifestou solidariedade aos termos da carta. "O que aconteceu em São Paulo foi um ato de instransigência, intolerância, e a comunidade não quer que isso se repita na UnB", disse. "A resposta social a esse episódio foi a melhor que poderíamos esperar de uma sociedade que quer respeitar os direitos da mulher e os direitos socialmente conquistados".


Roberto Fleury/UnB Agência

O ocorrido em São Paulo foi um ato de intolerância, disse José Geraldo em apoio aos estudantes

O reitor divulgou uma nota oficial da UnB, apoiando a carta dos estudantes (leia aqui). Essa nota será enviada ao Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Ministério da Educação.



Carta Aberta à Comunidade Acadêmica
da Universidade de Brasília

Nós, estudantes, professores(as) e servidores(as) da UnB, viemos através dessa Carta manifestar nosso repúdio ao ato de violência machista e sexista, ocorrido no dia 22 de outubro na Universidade Bandeirantes (Uniban - SP), onde a estudante Geyse Arruda foi perseguida, agredida, ofendida e ameaçada de estupro por estar trajando um "vestido curto". As imagens divulgadas através da mídia e na internet, chocam pelo conteúdo agressivo e pelas manifestações de selvageria e barbárie cometidas por grande parte dos estudantes da
universidade. Isso demonstra, como o machismo segue atuando de forma brutal no interior da sociedade.

Repudiamos também a direção da UNIBAN, que ao expulsar Geyse Arruda, comete da sua parte também um ato de violência, reproduzindo o machismo e a discriminação da qual a estudante foi vítima, atitude essa totalmente incompatível com uma instituição que deveria cumprir o papel de educar, e não de comercializar diplomas. Acreditamos que o espaço universitário deve ser local de construção de conhecimento que possa contribuir para a superação dos valores, vícios e práticas
machistas, e não de referendá-las.

A atitude de julgar a estudante a partir da roupa que trajava, se
sustenta nos valores discriminatórios que integram a sociedade
capitalista que vivemos, onde as representações sociais da mulher se baseiam numa ótica de subserviência masculina. Ao invés de culpabilizar a estudante pela roupa que usava, é preciso questionar o processo de mercantilização do corpo feminino, e a lógica patriarcal que define que as mulheres não podem decidir o que vestir, o que falar, o que fazer. Na raiz dessa manifestação bárbara ocorrida na UNIBAN, existem os mesmo valores machistas que levam milhares de mulheres a serem vítimas de estupros, violência física e mesmo assassinatos. A agressão contra Geyse é uma violência à todas as mulheres.

Exigimos que a Reitoria manifeste uma posição institucional sobre o caso ocorrido na UNIBAN denunciando a violência ocorrida contra Geyse Arruda bem como a punição aos agressores envolvidos no episódio, inclusive a Direção da UNIBAN. Entendemos que na UnB também são inúmeros os casos de alunas que sofrem com agressões machistas, inclusive sofrendo estupro no interior dos campi. Acreditamos que são
necessárias políticas institucionais que coíbam atitudes machistas contra estudantes, garantindo a segurança das mulheres nos campi e políticas de assistência estudantil, como creches, viabilizando a permanência das estudantes na universidade. Também reivindicamos UM Centro de Referência da Mulher e o levantamento dos dados de todos os casos de violência contra a mulher registrados nos 4 campi. Somente
com políticas concretas e cotidianas poderemos avançar no combate ao machismo em nossas universidades.

Brasília, 11 de novembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009



1) como e quando foi formada a banda infectos?
Infectos banda de punk/hardcore formada em 16 de Junho de 2005.

2) como são seus shows? é bem agitados?
são legais,nos adaramos quando as pessoas cantam os covers que nos tocamos e as nossas músicas junto conosco,gostamos tbm do pogo,enfim os show são bem agitados.

3) alem da banda vçs fazem outro tipo de trabalho anarco >>> tipo zine ,coletivopunk?
o guitarrista da banda marcos e o vocal figueira faziam um fanzine chamado grito de revolta,isso a um tempo atrás,mas com o tempo o fanzine acabou...o vocal figueira tbm fazia uma web rádio com músicas punks era um programa semanal que colocava desde bandas punks das antigas como bandas punks novas,mas enfim a falta de tempo fez com que ele parece de fazer a web rádio,mas ele deve voltar fazer uma nova web rádio em breve, com muita sonzeira pra galera

4) vçs ja tem material gravad0? e como podemos adquirir?
sim nos temos um demo gravado,mas não esta a venda,esta apenas para baixar na internet no site www.bandasdegaragem.com.br/infectos e nos estamos pensando em gravar um demo e sim vender ele para o ano de 2010 e também sair em duas coletâneas com músicas da primeira demo.
5) o espaço são de vçs?
bom galera queremos dizer aqui para você continuarem forte no punk não desistirem nunnca,sejam fortes,façam vocês mesmo,criem bandas,montem fanzines,façam passeatas e demais protestos por ae a fora,e vivam o punk cada dia como se fosse o último,lutem contras essas merdas de nazis que tem por aí e façam anarquia que é a melhor coisa que tem nesse mundo,pois nos nascemos para fazer anarquia
mais informações sobre a banda entrem no nosso mypsace: www.myspace.com/infectos e mandem e-mail o add ae o e-mail/msn do vocal da banda: figueira_infectos@hotmail.com
abraços libertários
punk sempre


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ai esta veio a intrevista ok .se for possivel me passa o logo tipo da banda juntos com as fotos ok abraçossssssssssss

um grande abraço kra...valeu pelo convite...me avisa quando sair a entrevista

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

entrevista com a banda R25




1) comoe quandosurjiu a banda?

A banda surgiu em 1997, foi formada por amigos, como em qualquer outra banda, mas só a partir de 2001 que começamos a compor músicas próprias e a tocar com outras bandas do movimento punk.

2) oque voçês retratam nas letras da banda?


Sempre buscamos retratar em nossas letras, a realidade que encontra nossa sociedade, uma realidade de miséria, fome, destruição e descaso das autoridades e do poder público,
que só faz gerar o ódio e a disseminação da violência. Buscamos sempre retratar nosso grito de ódio e indignação.

3) alem da banda vçs tem outra ativida libertaria?

Sim, além da banda, temos um projeto aqui em nossa cidade (Guaratinguetá) que se chama "Quero uma Festa Punk!" que é uma espécie de cooperativa que visa estar fazendo intercâmbios culturais, não apenas de bandas, mas da arte em geral. Já passaram pelo projeto várias bandas consagradas do punk Nacional como: Cólera, Lobotomia, DZK, Armagedon, 88 NÃO e outras bandas da região.

4) voçês tem material gravado ????

Sim, temos 3 demos gravadas, são elas: Protesto (2002), Gritos do Subúrbio (2004) e Desordem e Regresso (2005) e estamos preparando outra para 2010.

5) o espaço e de vçs???

Queria agradecer em nome do RUA 25, o espaço que o fanzine Lutadores da Liberdade está dando para nós, que é muito importante estar divulgando nosso trabalho para que outras pessoas e outras bandas possam nos conhecer e estarmos sempre em contato expressando nossas idéias e fazendo intercâmbios para que esse grito de liberdade do movimento Punk nunca se cale!! Valeu mesmo!
Abraço a todos pela força sempre.

Ricardinho R25

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

1 de maio !!!!! dia de luta e protesto

Tudo começou com uma greve geral, com o intuito de conquistar-se a jornada de 8 horas. Uma intensa propaganda foi feita, nesse sentido. Tão intensa, que muitos patrões, antes mesmo daquela data, concediam já, aos operários, a redução de horário reclamada. Mas o movimento continuou tomando proporções gigantescas. Assim, naquele dia os trabalhadores abandonaram o trabalho, dispostos à conquista das 8 horas. Estava feita a greve. O movimento não foi pacífico. No dia 4 de maio, realizava-se em Chicago um grande protesto contra as violências da autoridade. A polícia, como de costume, atacou os manifestantes. Foi quando uma bomba estourou, matando 10 operários.Foi em 1889 que na Europa se decidiu marcar o Primeiro de Maio como data de manifestação anual de protesto. Porém, políticos e artistas, procuram desviar o objetivo do movimento. Procuram transformá-lo em festa do trabalho! Como se o trabalhador, roubado, enganado, pudesse ter disposição para festanças em nome de sua própria exploração.

Não!


Primeiro de Maio não é um dia de festa. É um dia de luto e de protesto
Postado por Neurótik(A)s ♀


Não adianta pedir silêncio!
Eu não tenho medo de falar o que penso.
Não tenho medo de ser ignorada.
Não tenho medo de falar e ser julgada, Não tenho medo de pensar e agir diferente!
Eu tenho ORGULHO de ser eu mesma!

As pessoas tem medo de ser o que são, e acabam se escondendo atrás de uma mascara, na qual se sentem seguras. Será mesmo que vale a pena?! Vale a pena se esconder e deixar de ser você mesmo?!
Será que se todas as pessoas fossem e pensassem igual, o mundo teria essa beleza que é a diversidade? Você aprenderia algo de diferente? Ferramentas muito importantes para o nosso desenvolvimento não seriam usadas, como a criatividade e a originalidade.
Perderíamos muito sendo todos iguais!
Por isso, não tenha medo de ser você mesmo. Fale! Fale o que você pensa! Se expresse! Expresse cada pensamento! Não importa o modo, apenas fale!
Nunca se cale, faça com que o mundo tenha conhecimento da sua forma de ver as coisas.
Liberdade de expressão! Isso é uma coisa que ninguém pode nos tirar!

A gente fala o que Pensa!
Postado por Neurótik(A)s ♀ às 08:25 2 comentários
Capa do Zine #03

Postado por Neurótik(A)s ♀ às 08:05 0 comentários

mulheres na palestina

Há aproximadamente 18 meses, o bloqueio imposto a Faixa de Gaza colocou todo um território e um povo numa prisão a céu aberto. Não há alimentos, eletricidade, água e combustíveis, não podem trabalhar, estudar ou receber tratamentos médicos. Cerca de quatro quintos da população vive abaixo do limiar da pobreza e o desemprego ultrapassa a 80%.

Israel bombardeia casas, escolas, trucida vidas, não poupa nada nem ninguém e ainda conta com o apoio incondicional dos Estados Unidos e a “bondade” da União Européia.
Dentre as vitimas desses confrontos, estão muitas mulheres e crianças, pois são passiveis a serem executadas ou simplesmente perseguidas por conta de suas ligações (por vezes apenas familiares) com alguns homens.
Além dessa violência direta, ainda são obrigadas a liderar sozinhas lares e a tomar conta de crianças e idosos sem nenhum auxilio ou sistema de previdência.
Já morreram por conta desse ataque brutal mais de 200 crianças e 100 mulheres, sem contar o tanto de pessoas que são retiradas freqüentemente de suas casas e presas.
As mulheres palestinas estão se mostrando cada vez mais combatentes pela causa de seu povo, muitas já foram presas, sacrificaram suas vidas e tornaram-se chefes de família (o que lá no Oriente Médio é raro), rompendo assim uma opressão secular.

É necessário que intensifiquemos a denuncia sobre a situação da mulher em todas as partes do mundo, e por esse motivo colocamos em foco a agressão que as palestinas vêm sofrendo por conta da invasão.
Mesmo tendo seu país invadido e com todo o sofrimento gerado por tal ato, elas não se colocam na posição de frágeis, mas sim no posto que todas as mulheres deveriam se colocar: a de ciente de seu lugar na sociedade e ativas em busca de seus direitos e sua liberdade!

A nossa luta é diária!
A nossa luta é constante!

Postado por Neurótik(A)s ♀

revolta de uma ativista

Ouço o som da desordem, do caos urbano, da violência festejando seu massacre de acerto de contas. Ouço a vida perdida, de metade de uma população que sonha, que leva sua vida.Uma vida nem sempre digna. Mais sua própria vida. Vejo aqueles que cortam os sonhos dos outros, que manipulam os gritos desses mesmos. Tantas vi censurarem aqueles que nas ruas saíram com cartazes, manifestos, gritos, PRA FAZER A SOCIEDADE PROGREDIR.E da janela eu posso ver a poluição tomar conta das ruas. O lixo humano agredindo o ar. E eu posso ver tanto preconceito nos olhos das pessoas... Que me indagam se vale a pena continuar.E nesse país todo mundo tem seu espaço. Por que uns roubam dos outros? E da revolta que tantos guardam. E a indignação de muitos. E das minhas vozes cansadas eu tenho meu leito sóbrio. Por perguntar mais de uma vez como O MUITO É SEMPRE POUCO. POR QUE SOFRO POR TANTA GENTE. E não recebo nem ao menos um agradecimento. E isso não é maior que lamento. A tantos problemas e tantas conseqüências impostas neles.E ao sair na rua, olhos tortos te cercam, viram as costas para o subcultural que tanto faz por eles. Lutar contra a ALIENAÇÃO é o intuito que me faz regressar ao local do crime. E me faz perceber o que faço de errado. Não cometer o mesmo, e progredir aquele acerto. Eu Tento Tanto. Luto tanto. Grito muito. Recebo pouco. Ouço muito. Castigam-me com olhos. Apontam-me com dedos. Reconsideram-me com corpos (não com coração), não recebo apoio mutuo. Censuram-me de tudo (e mesmo assim luto contra, faço pé firme, vou a luta). Sangram-me com tudo. Mancham-me com seus atos e erros. Rotulam-me de tudo e tudo. E mesmo assim ainda Tenho Voz.Eu grito, eu reajo. Eu luto, eu continuo, eu vou em frente, eu sigo, eu me refaço, eu me corrijo, eu olho nos olhos de quem não me vê, eu olho no rosto de quem me rejeita, eu levanto a cabeça pelas ruas mais barulhentas, eu deixo cair lágrimas com o caos social, com o caos urbano. Eu me indigno pelos animais que são obrigados a seguir para o abate. Eu sou de tudo em uma só.Quem sou eu?

A FEMINISTA QUE TEM VOZ PELOS PROBLEMAS QUE VOCÊ DESCONHECE!


Por: Natália Capi (Jacareí - São Paulo)
Postado por Neurótik(A)s
punk não morreu ??????????????????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Roda de Pogo - A Dança Punk
por Aurélio Marinho Jargas em Jan/2005
Há mais de 10 anos fui assistir o meu primeiro show punk e desde então sou um freqüentador assíduo (às vezes nem tanto) de shows de punkrock e hardcore em Curitiba.

Diferente de shows de cantores e bandas famosas onde os fãs vão para ver a banda e cantar as músicas, num show punk o objetivo principal é dançar. Uma dança bem peculiar, que até parece uma briga campal com chutes e socos para todos os lados.

Essa é a "Roda de Pogo" (pronuncia-se pôgo), também chamada de "Roda Punk", aquele aparente tumulto em frente ao palco, que na verdade é a dança amigável de várias pessoas que estão felizes, chutando o estresse e curtindo um som. Esse documento vai tentar descrever essa dança e as suas características.

O ambiente, vazio
O ambiente, cheio
O pogo
A roda de pogo
As variações da dança
O mosh
As regras
O fim

Pogo no show do Cólera

O ambiente, vazio
Vamos começar com o lugar onde acontecem os shows. Nada de grandes galpões, palcos espaçosos de 2 metros de altura, camarotes, seguranças, jogos de luzes, gelo seco, inspeções sanitárias e dos bombeiros. Esqueça tudo isso. Os shows acontecem em bares, porões, garagens e similares. São lugares comuns e apertados, que às vezes têm um palco.

Então imagine um bar comum, um boteco com balcão e mesas. No fundo, uma porta que está sempre fechada e leva a uma sala pequena, escura e vazia, sem móveis, sem decoração. Essa é a sala onde acontecem os shows. Suas características:

As paredes são escuras (pintadas de preto ou simplesmente sujas).
Não há janelas, pois o som não pode escapar para a vizinhança.
Ventiladores são um extra e ar condicionado não existe.
A iluminação é mínima, com luzes amareladas e cansadas.
O cheiro é uma mistura de mofo com fumaça de cigarro, cerveja e suor dos shows anteriores, porém é suportável.
O chão é grudento.
No canto da sala tem um "palco", um tablado preto de 20cm de altura onde cabe uma banda de três integrantes. O palco é vazio também, pois os amplificadores, instrumentos e toda a aparelhagem são trazidas pelas bandas.

Extintores? Saída de incêndio? Luzes de emergência? Esqueça.

O ambiente, cheio
O público chega e o lugar fica cheio. Mas cheio no sentido "lotado" da palavra. Não há espaço para se movimentar livremente, é preciso que outras pessoas saiam do caminho para que você possa andar. Tem de tudo: punks de moicano colorido, metaleiros cabeludos de preto, carecas de suspensório, gurizada de 14 anos, bêbados do boteco, surfistas de bermuda e até gurias bem arrumadas.

Os caras (e gurias) das bandas são pessoas não identificáveis no meio do público, que na sua vez vão ao palco para tocar. Nas outras bandas eles são como todos os outros, assistem e participam do pogo.

A porta fica sempre fechada para o som não escapar para a vizinhança e lembre-se que não há janelas. O resultado é que o ar não circula, não se renova. Verão ou inverno, tanto faz. Dentro da salinha é sempre um forno e todos suam. "Calor humano" ganha um novo sentido nesse ambiente.

O cheiro que antes era suportável agora fica realmente forte. São adicionados mais ingredientes à mistura: respiração, flatulência e suor dos presentes, cerveja derramada no chão (Ah, por isso que é grudento!) e fumaça de cigarro (nicotina e maconha). Depois de um tempo você aprende a ignorar o seu nariz.

Devido ao calor do ambiente, a maioria dos caras está sem camisa e pingando de suor, e como todos estão espremidos, o contato de sua pele com o suor de vários indivíduos é inevitável. O tato é outro sentido que você aprende a ignorar.

O lugar é fechado, então as paredes começam a suar. O teto também fica molhado e gotas de sei-lá-o-quê caem na sua cabeça. O chão fica igualmente molhado de suor e de cerveja, passando de grudento a escorregadio. Este é um elemento dificultador do pogo.

Não há seguranças. Não há policiamento. Não há qualquer tipo de controle. O dono do bar raramente se incomoda com o show. As bandas e o público tomam conta de tudo. O bom senso funciona, mesmo tendo vários bêbados e drogados no recinto.

A primeira banda vai ao palco e o show vai começar. São cinco integrantes que se espremem para caber no mini-palco. É comum eles se trombarem durante o show. A primeira fileira da platéia consegue ver a banda toda, o resto do público só vê cabeças. Mas como o objetivo é dançar, ou melhor, pogar, isso não importa.

O pogo
Ah, o pogo. A razão da existência de um show punk. O momento de alegria e energia quando o punk e o surfista se abraçam, depois se chutam, depois se abraçam de novo e por aí vai. Tudo numa boa.

Pogar é simplesmente "dançar" num contexto punk. O termo "poguear" também pode ser usado, porém é menos comum. O som punkrock/hardcore é forte, rápido e cheio de energia, e a dança reflete essas características. Ao ouvir a música, seu corpo inteiro vibra e a vontade que dá é a de extravasar essa energia: pular, correr, sair chutando o mundo. E assim é a dança, consiste em pulos, correrias e movimentos cadenciados de braços e pernas.

O pogo clássico foi eternizado com o desenho da banda Circle Jerks:


O pogo clássico

O movimento é o seguinte: você anda, dando os passos no ritmo da música. A cada passo, a perna é levantada e esticada, dando-se um chute no ar, como se estivesse chutando uma bola de futebol. Um chute médio, nem fraco nem forte.

Nota: O detalhe é que ao invés de chutar o ar, você chuta outras pessoas, pois estão todos espremidos, lembra? Mas preste atenção, você não está chutando outra pessoa porque você quer. A música faz você chutar o ar e por acaso há outra pessoa no lugar do ar. Tanto o chutante quanto o chutado estão cientes disso, então todos se chutam o tempo todo e isso é normal.
O tronco e a cabeça são movimentados para um lado e para o outro, acompanhando o ritmo e os chutes. É a ginga.

Os braços ficam dobrados em 90 graus e os punhos fechados, fazendo um movimento alternado, para frente e para trás, no ritmo da música. É como um boxeador em posição de defesa do rosto, só que com a guarda mais aberta (os punhos não se tocam) e os cotovelos bem afastados. A cabeça fica levemente abaixada. Esta é uma posição de defesa da cabeça, para evitar colisões. Assim, nos choques o que se bate são os cotovelos e antebraços.

Algumas variações incluem uma posição diferente dos braços, dobrados na vertical e fazendo movimentos para cima e para baixo. Ou ainda dar joelhadas no ar ao invés de chutar.

Então se você nunca viu, imagine a dança. Um boxeador defendendo a cabeça, gingando e dando chutes no ar. Isso é pogar. Agora imagine vários boxeadores suados e fedidos fazendo isso em um espaço minúsculo, se chocando e se batendo o tempo todo. Isso é um pogo.

Se passa a semana inteira, o que fazer para melhorar?
As contas estão esperando e o salário não vai dar.
Chega o fim de semana e eu sei que algo vai mudar,
Quando esqueço os meus problemas e começo a POGAR.
-- banda Sociedade Armada

A roda de pogo
A roda de pogo é uma evolução natural do pogo. Com cada um andando em uma direção diferente, os choques frontais são muito freqüentes e a dança fica prejudicada. Apesar de se trombar fazer parte do jogo, se trombar demais impede que se faça a ginga no ritmo da música.

Nada é combinado, mas intuitivamente todos começam a andar para uma mesma direção, diminuindo o caos de colisões frontais. Como o espaço é reduzido, só é possível andar em círculos, ao redor do centro do pogo. Esta é a roda de pogo.

O sentido não importa, mas parece ser mais "natural" andar no sentido anti-horário. Não sei porque, experiência própria.

A roda geralmente se forma na frente do palco, logo atrás do pessoal do gargarejo na primeira fileira. Ela pode ser pequena ou imensa, dependendo do número de integrantes. Geralmente há apenas uma. O resto do público que não quer pogar se acomoda ao redor da roda, levando uns chutes, cotoveladas e encontrões de vez em quando.

No intervalo das músicas a roda pára e todos descansam. É comum ver abraços entre amigos, sorrisos e gritos, típicos de quem está se divertindo bastante. Os sorrisos também são comuns de ver no meio da roda. Chutar e ser chutado faz parte do jogo e todos fazem isso com alegria. É a libertação. É uma grande festa punk.

Quero uma festa com os Kennedys
Eles é que sabem o que é hardcore
Depois pra resfriar e afastar os junkies
POGUEAR um monte ouvindo Circle Jerks
Quero uma festa punk!
-- banda Replicantes

As variações da dança
Quando a banda é realmente boa e todos estão muito empolgados, é comum ver variações do pogo clássico, que podem incluir:

Rodar a camiseta acima da cabeça e gritar.

Jogar cerveja para o alto e gritar.

Subir no ombro de outro cara e rodar a camiseta e/ou jogar cerveja.

Pular no ar num momento de ápice da música.

Dar vários pulos consecutivos no ápice do momento de ápice da música.

Levantar um braço com o punho fechado e cantar frases da letra.

Levantar os dois braços e com os punhos e olhos fechados cantar a frase da letra que é realmente especial para você.

Abraçar o primeiro cara que ver na frente e pogarem juntos por alguns segundos. Não ficar muito tempo abraçado que senão é viadagem.

Fechar os olhos e simplesmente deixar o corpo solto, sendo jogado para todos os lados junto com o pogo.

Fazer um mosh.

Como se a vida fosse um punkrock em show
Temos 15 minutos para mostrar o que queremos
E você segue em frente contente com o show
CHUTANDO as coisas ruins, deixe tudo de lado
-- banda Tequila Baby

O mosh
O mosh (pronuncia-se móchi) não é uma exclusividade de shows punk, mas por ser bem freqüente a sua execução, merece ser comentado também. "Dar um mosh" é subir no palco e se jogar de lá, caindo em cima da platéia. O palco deve ser alto. O nome gringo é "stage dive", mas eu aprendi como mosh.

Funciona assim: você se joga. As pessoas te seguram não porque querem, mas porque é a única maneira de não se machucarem com o choque do seu corpo, já que o lugar está lotado e não é possível sair debaixo. Por isso é mais sábio pular em cima das pessoas que estão assistindo o show, e não no pogo.

O pulo é uma questão de estilo. Pode ser frontal (tipo mergulho), de costas, com giro, com mortal, braços abertos, qualquer coisa menos pular "em pé". Isso é coisa de frutinha que está com medinho de se machucar. E ainda pode machucar os outros com a pisada.

Aconteça o que acontecer, saia logo do palco. Se você subiu para dar um mosh, corra e pule. Não fique saracoteando ou querendo tomar o lugar do vocalista da banda. Se você quer mesmo cantar, monte sua própria banda.

Também não fique feito um trouxa pedindo para que o pessoal se junte para te segurar, ou fazer "cadeirinha". Se não há onde pular, simplesmente desça do palco na boa e volte para o pogo.

LEMBRE-SE: Qualquer permanência não solicitada de mais de cinco segundos em cima do palco é considerada manézisse extrema.
As regras
Punks e regras não combinam. Mas o pogo é como um mundinho à parte, com as suas regras de conduta e de boa convivência que devem ser respeitadas.

É muito comum para um iniciante ver a roda de pogo e logo concluir: "Ah, saquei, basta socar e chutar todo mundo e estarei dançando". E lá vai o pequeno gafanhoto fazer isso no pogo. Ele com certeza sairá machucado.

Todos no pogo sabem quem são os que estão dançando na boa e os que estão abusando. Qualquer pancada diferente do normal é facilmente reconhecida e a repreensão pode vir verbalmente ou com outra pancada mais forte. "Sem querer", é claro. Brigas no pogo são raríssimas.

ETIQUETA DO POGO
Cada um pode dançar como quiser, batendo nos outros de maneira amigável e não intencional, sem abusos.

Se alguém cair no chão (escorregadio, lembra?) os que estão ao redor fazem uma "cabaninha" para protegê-lo e o ajudam a levantar.

Se precisar amarrar o tênis/bota/coturno, faça isso fora do pogo.

Se você achar alguma coisa no chão, entregue para o cara da banda anunciar no microfone no intervalo das músicas.

Uma guria pogando ou dando mosh deve ser encarada como um punk suado fedido. Nada de aproveitar para tirar uma lasquinha. Isso é coisa de mané.

Se você quer que sua namorada pogue, deixe-a. Ficar protegendo a mulher no meio do pogo é ineficiente e atrapalha os demais. Ou deixe-a livre ou saiam da roda.

Pogo e cigarro não combinam, pois brasa quente e caras sem camisa se atraem. Se quiser fumar, saia do pogo.

Cansou? Saia do pogo, não fique parado no meio atrapalhando o fluxo.

Tomou uma pancada forte? Tente identificar se foi intencional ou sem querer. Geralmente é sem querer. Saia da roda para se recuperar. Se foi intencional, marque o cara e depois bata nele "sem querer" também em outra música, para que ele saia do pogo. Se quiser ser mais construtivo tente conversar e explicar o que ele fez de errado.

Bateu forte em alguém sem querer? Peça desculpas na hora para não ser confundido como intencional. Mesmo se desculpando, sair do pogo por alguns minutos pode ser uma boa idéia. Avalie a situação.

Não brigue. Você notou que não há brigas no pogo? Faça a sua parte para que isso continue assim.
O fim
Terminados os shows, você está exausto, sem ar, com sede, com fome, fervendo, suando e com dores por todo o corpo. As roupas estão encharcadas numa mistura de suor, cerveja e as gotas de não-sei-o-quê que caem do teto. Perder a camiseta é comum, não se preocupe. Seu cheiro é insuportável. Suas roupas devem ir direto para o tanque ou para o lixo. A nuca dói. Há arranhões e roxos no seu corpo, principalmente no antebraço e nos cotovelos. Seu tênis/bota/coturno está irreconhecível, todo pisoteado e sujo.

E o principal: há um BAITA sorrisão em seu rosto e você se sente renovado, vivo, feliz.

Sobre o autor: Aurélio Marinho Jargas, nascido em 77, programador, baterista, já tocou nas seguintes bandas de hardcore: CORRERIA HC, DUMBS, SCARECROW, VALETA e NO SNACKS. Praticante da pogoterapia.

Sobre o artigo: Nenhuma pesquisa ou invenção foram feitas. Todo o conteúdo reflete a vivência do autor. Não há nenhuma pretensão a não ser o registro escrito da experiência.
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PUNK: trinta anos de protesto



Quincas Rodrigues, do Rio de Janeiro (RJ)








• Era fácil ser jovem nos EUA e na Europa, nos anos que sucederam a Segunda Guerra Mundial. Na chamada Era de Ouro do capitalismo, a economia crescia continuamente, os níveis de desemprego eram irrisórios, e os salários cresciam junto com a produção. Era o nascimento da sociedade de consumo de massa, onde os desejos eram facilmente preenchidos pela compra de bens materiais.

Em meados dos anos 1960, este arranjo social é posto em cheque. Os movimentos sociais de 1968 aparecem como uma fratura, um sinal do esgotamento desse modelo econômico. A economia entra em um período conhecido posteriormente por estagflação (estagnação econômica e inflação), o desemprego aumenta, e os EUA começam a viver em um pântano no Vietnã. O brilho da Era de Ouro se apaga de vez. Os anos a partir de 1973 seriam, de novo, de crise.

‘No Future’
É neste contexto, de crise social, desemprego crescente e aumento das desigualdades, que surge o movimento punk, através de uma juventude sem futuro que resolve voltar-se contra este estado de coisas. Uma geração que, insatisfeita com tudo, invoca o espírito da mudança. Jovens operários, pobres e desempregados de Londres e Nova Iorque, que não enxergam perspectivas de futuro neste sistema e se revoltam.

A resposta à repressão e ao moralismo da época foi dada usando o próprio corpo como forma de expressão. Contra o conservadorismo da sociedade burguesa, as roupas do dia-a-dia foram rasgadas, e receberam mensagens, símbolos, alfinetes e correntes, com um visual que fugia aos padrões de todo tipo de modismo e consumismo. Os cabelos – coloridos, moicanos ou espetados – também chocaram a sociedade e os bons modos.

Os punks queriam mostrar seu repúdio a todas as formas de fascismo, racismo, sexismo e autoritarismo, com boicotes, passeatas e panfletagens. Seguindo o lema faça você mesmo, proliferaram Fanzines (publicação independente dedicada a um público específico), com colagens onde divulgavam sua cultura anticapitalista.

Como base para todo este inconformismo social, vinha a música, refletindo todo tipo de frustração desta juventude. O som da metade final da década de 1970, o rock progressivo, com músicas que tinham mais de dez minutos e solos de guitarra intermináveis, representava tudo o que eles rejeitavam. Era o rock como obra de arte, conceitual, caro e superproduzido, egocêntrico, representado por bandas como Yes, Emerson Lake and Palmer, Gênesis etc. Para os jovens do movimento punk, este som era chato e alienante, perdera sua identidade. As letras falavam de coisas abstratas, que não faziam sentido nenhum para os jovens daquela época. A música deveria ser direta, mais acessível e expressar a indignação. Nada de rebuscamento e teoria. O som punk poderia ser tocado por qualquer um. Três acordes bastavam.

Em 1974, aparece a primeira banda punk, os Ramones, que, contra todo modismo progressivo, fazem um som simples e direto, com músicas de dois minutos que causam impacto imediato. Os Ramones reviviam o espírito do rock original dos anos 1950 e 1960, uma sonoridade que influenciou diretamente a cena punk inglesa. Pronto, agora, todos podem ter suas bandas! Como acontecia freqüentemente após os shows dos Ramones, em Londres, alguns garotos que assistiram o show resolveram montar suas próprias bandas. Entre essas pessoas estavam Joe Strummer, que formaria o The Clash e Johnny Lydon (que devido aos seus dentes estragados ficou conhecido como Johnny Podre), que se tornaria vocalista dos Sex Pistols.

Há uma polêmica sobre quando e onde teria surgido o punk, e se este estaria completando 30 anos ou mais. Esse debate pode ser resumido assim: se em Nova Iorque surgiu a primeira manifestação musical Punk, foi depois, em Londres, que o som explodiu como movimento. É lá que o punk deixa de ser substantivo, no caso de vagabundos e delinquentes, para se tornar um pólo aglutinador de toda uma geração inconformada.

Em 26 de novembro de 1976, o Sex Pistols lançam o single “Anarchy in the UK”, que representava um pouco da ideologia punk: “eu sou um anti-cristo, eu sou um anarquista, não sei o que quero, mas sei como consegui-lo”. Contra uma sociedade moralista e conservadora, Johnny Rotten diz pela primeira vez na televisão um palavrão (fuck) num programa às 5 da tarde. O apresentador do programa foi suspenso, e toda imprensa fez uma cobertura completa do acontecimento com manchetes de primeira página. O punk fora longe demais e a gravadora EMI rescinde o contrato com os Pistols e recolhe o disco das lojas.

Porém, o movimento punk não pode mais ser sufocado. Bandas como JAM e The Clash assinam com outras gravadoras. Em junho de 1977, os Pistols, mais uma vez, chocam o conservadorismo inglês. Em pleno jubileu da rainha, os Pistols lançam outro single “God Save the Queen”, que diz: “Deus salve a rainha e seu regime fascista”. É a revolta dos marginalizados do sistema contra a hipocrisia. Na Inglaterra, não se falava em outra coisa.

O movimento punk se espalha. Em novembro de 1977, os Pistols lançam um dos discos clássicos do punk-rock, “Never Mind the Bullocks” e saem em turnê pelos EUA. Quando a turnê chega ao fim, a banda também termina. Uma aparição rápida e explosiva.

Os Sex Pistols não foram a primeira banda punk, mas sem dúvida, a que fez do punk um estilo de vida e musical conhecido. No entanto, não deixou de lado o apelo comercial e de marketing, com Malcolm McLaren produzindo todo o visual da banda ou quando troca o baixista Glen Matlock por Sid Vicious, amigo de Johnny e que mal sabia tocar baixo, mas representava melhor o “estilo punk”.

O Começo do Fim do Mundo no Brasil
O movimento punk no Brasil surge em São Paulo, vindo dos subúrbios. Motivos não faltavam para um movimento de rebeldia jovem no Brasil. O país vivia sob uma ditadura que sufocara os movimentos sociais e, nesse momento, estes estão ressurgindo com grande força. O punk também surge nesse novo contexto.

Uma juventude que entendeu o recado do movimento lá fora e adaptou-o à realidade local. As primeiras bandas punk aparecem em 1978, mas somente em 1982 é lançado o primeiro disco punk, “Grito suburbano”, com três bandas: Olho Seco, Inocentes e Cólera. A realização do festival ‘O Começo do Fim do Mundo’ foi o primeiro grande evento punk realizado no Brasil. Em manifesto aberto ao público, os punks declararam: ``Nosso movimento surgiu numa época de crise e desemprego com tal força que logo se espalhou pelo mundo, e cada um, à sua realidade, adotou esse tipo de protesto, punk...” Clemente Tadeu, o vocalista de Os Inocentes, era mais direto: ``Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores do Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer``.

Após 30 anos, ainda existem muitas bandas e jovens punks. Embora a sonoridade e a atitude do movimento continuem influenciando muitos grupos (como Nirvana, Green Day, Offspring dentre outras) e a música como um todo, o caráter contestador que ia dos costumes às questões políticas, infelizmente hoje permanece adormecido na maioria das bandas e artistas.

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voto nulo

trabalho , geração de renda ou de sustento para o anarquismo é mto importante . a sociedade atual necessita de uma rede de produção e distribuição que garanta que as necessidades da polulação sejam satisfeita.
a produção é garantia por seus trabalhadores, sem relação hieráquica ,conforme a necessidade de cada um .

saiba mais:http://www.fosp.anarkio.net

Anarquismo

Anarquismo (do grego ἀναρχος, transl. anarkhos, que significa "sem governantes",[1][2] a partir do prefixo ἀν-, an-, "sem" + ἄρχή, arkhê, "soberania, reino, magistratura"[3] + o sufixo -ισμός, -ismós, da raiz verbal -ιζειν, -izein) é uma filosofia política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório.[4] De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita [5] e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias.

Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem.[6] A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se popularizou entre o fim do século XIX e o início do século XX, através dos meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras campanhas antianarquistas.[7] Outro equívoco banal é se considerar anarquia como sendo a ausência de laços de solidariedade (indiferença) entre os homens. À ausência de ordem - ideia externa aos princípios anarquistas -, dá-se o nome de "anomia".[8]

Passando da conceituação do Anarquismo à consolidação dos seus ideais, existe uma série de debates em torno da forma mais adequada para se alcançar e se manter uma sociedade anárquica. Eles perpassam a necessidade ou não da existência de uma moral anarquista, de uma plataforma organizacional, questões referentes ao determinismo da natureza humana, modelos educacionais e implicações técnicas, científicas, sociais e políticas da sociedade pós-revolução. Nesse sentido, cada vertente do Anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais-base do Anarquismo. O que realmente varia, segundo os teóricos, são as ênfases operacionais.
Índice
[esconder]

* 1 Principais conceitos anarquistas
o 1.1 Princípio da não-doutrinação
o 1.2 Socialismo Libertário: uma ótica anarquista
o 1.3 A revolução social
o 1.4 Humanismo
o 1.5 Liberdade
o 1.6 Antiautoritarismo
o 1.7 Ação direta
o 1.8 Apoio mútuo
o 1.9 Internacionalismo
o 1.10 A revolta enquanto substrato humano
* 2 A Sociedade Anarquista
o 2.1 Educação avançada: a base da coexistência harmoniosa
o 2.2 Princípio da flexibilidade e naturalidade organizacionais
o 2.3 Federalismo Libertário
o 2.4 Responsabilidades: individual e coletiva
* 3 Questões freqüentes aos anarquistas
o 3.1 A instrumentalização da violência
o 3.2 Anomia
o 3.3 Religião e espiritualidade
o 3.4 Tecnologia
* 4 Histórico dos movimentos anarquistas
o 4.1 Anarquismo no Brasil
o 4.2 Anarquismo em Portugal
* 5 Anarquistas mais conhecidos
o 5.1 Internacionalmente conhecidos
o 5.2 Anarquistas brasileiros
o 5.3 Anarquistas portugueses
* 6 Referências
* 7 Ver também
* 8 Ligações externas

[editar] Principais conceitos anarquistas
[editar] Princípio da não-doutrinação
Proudhon e seus filhos, por Gustave Courbet, 1865

Este conceito anarquista, embora não constitua a didática primária à compreensão libertária, é digno de uma abordagem rápida.

Os anarquistas acreditam no desenvolvimento heterodoxo do pensamento e do ideal libertário como um todo, não idolatrando nem privilegiando qualquer escritor ou teórico desta vertente de estudos. George Woodcock descreve com aptidão esse posicionamento libertário:

“Toda a posição do anarquismo é completamente diferente de qualquer outro movimento socialista autoritário. Ela tolera variações e rejeita a ideia de gurus políticos ou religiosos. Não existe um profeta fundador a quem todos devam seguir. Os anarquistas respeitam seus mestres, mas não os reverenciam, e o que distingue qualquer boa compilação que pretenda representar o pensamento anarquista é a liberdade doutrinária com que os autores desenvolveram idéias próprias de forma original e desinibida.”[9]

Anarquismo não é doutrina, não é religião, portanto não reverencia nenhuma espécie de livros ou obras culturais, nem linhas metodológicas rígidas, o que o definiria infantilmente enquanto ciência constituída. As obras concernentes ao anarquismo são, no máximo, fontes de experiências delimitadas histórica e conjunturalmente, passíveis de infinitas adaptações e interpretações pessoais.

Em síntese, o anarquismo é convencionado entre os libertários como sendo a emergência de um sentimento puro, sob o qual cada adepto deve desenvolver dentro de si mesmo o seu próprio instrumental intelectual para legitimá-lo e, mais do que isso, potencializá-lo abstracional e concretamente[carece de fontes?].
[editar] Socialismo Libertário: uma ótica anarquista
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Os anarquistas auto-denominados socialistas libertários vêem qualquer governo como a manutenção do domínio de uma classe social sobre outra. Compartilham da crítica socialista ao sistema capitalista em que o Estado mantém a desigualdade social através da força, ao garantir a poucos a propriedade privada sobre os meios de produção, mas estendem a crítica aos socialistas que advogam a permanência de um Estado pós-revolucionário para garantia e organização da "nova sociedade". Tal Estado, ainda que proletário, somente faria permanecer antigas estruturas de dominação de uma parcela da população sobre a outra, agora sob nova orientação ideológica.

Esta teoria defende um sistema socialista em que os meios de produção sejam socializados e garantidos a todos os que nela trabalham. Neste sistema, não haveria necessidade de autoridades ou governos uma vez que a administração da vida social, objetivando a garantia plena da liberdade, só poderia ser exercida por aqueles que a compõem e a tornam efetiva, seja na agricultura, na indústria, no comércio, na educação e outras esferas da sociedade.

A sociedade seria gerida por associações democráticas, formadas por todos, e agrupando-se livremente, ou seja, com entrada e saída livre, em cooperativas e estas em federações.

A tradição socialista libertária teve a sua origem entre os séculos XVIII e XIX. Talvez o primeiro anarquista (embora não tenha usado o termo em nenhum momento) tenha sido William Godwin, inglês, que escreveu vários panfletos defendendo uma educação sem a participação do Estado, observando que este tornava as pessoas menos propensas a ver a liberdade que lhes era retirada. O primeiro a se auto-intitular anarquista e a defender claramente uma visão socialista libertária, foi Joseph Proudhon. Mikhail Bakunin também foi um defensor do socialismo libertário, polemizando com Karl Marx e Friedrich Engels na primeira Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais tarde, apareceram importantes figuras do anarquismo, como Élisée Reclus, Piotr Kropotkin, Errico Malatesta e Emma Goldman, cujas idéias foram muito populares na primeira metade do século XX.
[editar] A revolução social
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Na ótica anarquista, a revolução social consistiria na quebra drástica, rápida e efetiva do Estado e de todas as estruturas, materiais e não-materiais, que o regiam ou a ele sustentavam. Este princípio é primordial na diferenciação da vertente de pensamentos libertária em relação a qualquer outra corrente ideária. É a diferença básica entre o Socialismo Libertário e o Socialismo Autoritário.

Sob a ótica do Marxismo, seria necessária a instrumentalização do Estado para a prossecução planejada, detalhada e gradativa da Revolução, sendo instituída a Ditadura do Proletariado para o controle operário dos meios de produção até a eclosão do Comunismo. Sob o ideário anarquista, a Revolução deve ser imediata, para não permitir que os elementos revolucionários possam ser corrompidos pela realidade estatal. De acordo com os libertários, a Ditadura do Proletariado nada mais é do que uma ditadura "de fato", continuando a exercer coerção, opressão e violência sobre a sociedade. Por isso, segundo os libertários, a Revolução Social deve ascender o mais rápido possível à Sociedade Anarquista, ao Comunismo puro, para, através dos princípios da Defesa da Revolução, não permitir a ressurreição do Estado.

Por fim, por intermédio do processo de destruição completa do Estado, sobre todas as suas formas, torna-se plenamente tangível a Liberdade, podendo o sujeito renovar de forma efetiva os seus princípios e preceitos humanistas.
[editar] Humanismo

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Nos meios anarquistas, de forma geral, rejeita-se a hipótese de que o governo ou o Estado sejam necessários ou mesmo inevitáveis para a sociedade humana. Os grupos humanos seriam naturalmente capazes de se auto-organizarem de forma igualitária e não-hierárquica, mediante os progressos originados pela educação libertária. A presença de hierarquias baseadas na força, ao invés de contribuírem para a organização social, antes a corrompem, por inibirem essa capacidade inata de auto-organização e por dar origem à desigualdade.[carece de fontes?]

Desta forma, a partir da conscientização, aceitação e internalização da sua essência humana, ideia suprimida anteriormente pelo Estado, segundo os anarquistas, emerge naturalmente na sociedade humana o anseio pela ascensão da idéia-base de qualquer forma de vida real: a Liberdade.
[editar] Liberdade

A Liberdade é a base inconteste de qualquer pensamento, formulação ou ação anarquista, representando o elo sublime que conjuga de forma plena todos os anarquistas. Assim, entre os anarquistas, a Liberdade deixa apenas o plano abstracional (do pensamento) para ganhar uma funcionalidade prática, sendo o símbolo e a dinâmica do desenvolvimento humano real. Em outras palavras, o princípio básico para qualquer pensamento, ação ou sociedade ser definida como anarquista é que esteja imersa, tanto abstracionalmente (ideologicamente), quanto pragmaticamente (no âmbito das ações), no conceito de Liberdade. Liberdade física, de gênero, de pensamento, de ação, de expressão, de usufruto consciente dos recursos humanos, socias e naturais, de negociação e interação, de apoio mútuo, de relacionamento e vinculação sentimental, de fé e espiritualidade, de produção intelectual e material e de realização coletiva e pessoal.

Para a encarnação da Liberdade, no entanto, é necessária a erradicação completa de qualquer forma de autoridade.
[editar] Antiautoritarismo

O Antiautoritarismo consiste na repulsa e no combate total a qualquer tipo de hierarquia imposta ou a qualquer domínio de uma pessoa sobre a(s) outra(s), defendendo uma organização social baseada na igualdade e no valor supremo da liberdade. Tem como principais, mas não únicos, objetivos a supressão do Estado, da acumulação de riqueza própria do capitalismo (exceto os Anarco-capitalistas) e as hierarquias religiosas(exceto seguidores do Anarquismo cristão). O Anarquismo difere do Marxismo por rejeitar o uso instrumental do Estado para alcançar seus objetivos e por prever uma Revolução Social de caráter direto e incisivo, ao contrário da progressão sócio-política gradual - socialismo - rumo à derrubada do Estado - comunismo - proposta por Karl Marx.

De acordo com a corrente de pensamentos libertária, a supressão da autoridade é condicionada pela ação direta de cada indivíduo livre, prescindindo-se completamente de qualquer intermediário entre o seu objetivo, enquanto defensor da Liberdade, e a sua vontade.
[editar] Ação direta

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Os anarquistas afirmam que não se deve delegar a solução de problemas a terceiros, mas antes, atuar diretamente contra o problema em questão, ou, de forma mais resumida, "A luta não se delega aos heróis". Sendo assim, rejeitam meios indiretos de resolução de problemas sociais, como a mediação por políticos e/ou pelo Estado, em favor de meios mais diretos como o mutirão, a assembléia (ação direta que não envolve conflito), a greve, o boicote, a desobediência civil (ação direta que envolve conflito), e em situações críticas a sabotagem e outros meios destrutivos (ação direta violenta).

No entanto, a Ação Direta, por si só, não garante a manutenção e a perpetuação das condições humanas básicas, tanto em termos estruturais, quanto no aspecto intelectual, necessitando de uma extensão operacional ilimitada a fim de fazer da força humana global uma só energia coletiva. Decerto, somente a solidariedade e o mutualismo máximos podem promover essa harmonia social.
[editar] Apoio mútuo

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Apoio mútuo

Os anarquistas acreditam que todas as sociedades, quer sejam humanas ou animais, existem graças à vantagem que o princípio da solidariedade garante a cada indivíduo que as compõem. Este conceito foi exaustivamente exposto por Piotr Kropotkin, em sua famosa obra "Mutualismo: Um Fator de Evolução". Da mesma forma, acreditam que a solidariedade é a principal defesa dos indivíduos contra o poder coercitivo do Estado e do Capital.

Mas, para que a solidariedade se torne uma virtude "de fato" é necessária a erradicação de qualquer fator de segregação ou discriminação humanas. Com esse objetivo, o internacionalismo se firma enquanto o princípio proeminente da integração sociolibertária.
[editar] Internacionalismo

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Para os anarquistas, todo tipo de divisão da sociedade - em todos os apectos - que não possua uma funcionalidade plena no campo humano deve ser completamente descartada, seja pelos antagonismos infundados que ela gera, seja pela burocracia contraproducente que ela encarna na organização social, esterilizando-a. Logo, a ideia de "pátria" é negada pelos anarquistas.

Os libertários acreditam que as virtudes - bem como o exercer pleno delas - não devem possuir "fronteiras". Assim, acreditam que a natureza humana é a mesma em qualquer lugar do mundo, exigindo, independentemente do universo material ou cultural onde o ente humano esteja inserido , uma gama infinita de necessidades e cuidados. Em outras palavras: se a fragilidade do homem não tem fronteiras, por que estabelecer empecilhos ao seu auxílio?

Vale lembrar que o conceito libertário de internacionalismo se difere completamente do conceito que conhecemos - portanto, capitalista - de globalização. Globalização é a ampliação a nível mundial da difusão de produtos - ideológicos, culturais e materiais - de determinados segmentos capitalistas, visando à potencialização máxima da capacidade mercadológica dos agentes operantes - na maioria das vezes, as empresas e as grandes corporações -, sendo, para isso, desconsideradas parcial ou completamente todas as conseqüências humanas do processo, já que é a doutrina do "lucro máximo" que rege essas operações. Por outro lado, o internacionalismo, por se alijar completamente de todo o ideário capitalista, não possui nenhuma tenção lucrativa, capitalista, e não é permeado por estruturas privilegiadas de produção - como as indústrias capitalistas -, sendo regido pela solidariedade e mutualismo máximos.

Didaticamente, o internacionalismo pode ser definido como sendo a difusão global de "serviços" humanos, e a globalização como a difusão global de "hegemonias" mercadológicas.
[editar] A revolta enquanto substrato humano

A revolta - na noção anarquista, a força "humano-social", a oposição enérgica e incisiva contra qualquer forma de autoridade material ou abstrata - é marginalizada tanto no historicismo, nas compreensões da realidade baseadas em experiências passadas, quanto na sua operação no contexto subjetivo, da função dela na vida do indivíduo. Por ser uma força temida, quase sempre hermética e combatida em quaisquer culturas, a revolta é considerada e difundida como uma expressão artificial do ser humano, suscitada por fatos, por situações externas ao ser. Nesse sentido, segundo os teóricos libertários, uma das maiores características dos anarquistas é a compreensão da revolta enquanto um substrato humano, enquanto uma virtude absolutamente natural e efetivamente produtiva nos desenvolvimentos humano e social. Em outras palavras, para os anarquistas, a revolta é, assim como o amor, o afeto, a paz, a harmonia e a sabedoria, uma força imanente à própria mente humana. Para eles, o que define a efetividade da revolta é a forma como ela ultrapassa a sua condição abstrata, na mente de cada um, para se consolidar em ações, em transformação social.
[editar] A Sociedade Anarquista
[editar] Educação avançada: a base da coexistência harmoniosa

A questão persecutória por excelência entre os anarquistas no decorrer da história é: como seria possível uma Sociedade Anarquista se cada ser humano pensa de uma forma diferente[carece de fontes?]? Não seria permeada por inúmeros conflitos, guerras, antagonismos?

A resposta a essa questão, defendida pela maior parte dos anarquistas[carece de fontes?], é a de que apenas o desenvolvimento virtuoso da educação (Pedagogia Libertária) – permeada pela autodidática, interesse natural, relativismo cultural e antidogmatismo – proveria as pessoas do desenvolvimento humano efetivo. Assim, embora os conflitos façam parte da Sociedade Anarquista – e a desenvolvam estruturalmente por essa relação dialética –, eles seriam transferidos do plano físico – como é o caso das guerras atuais – para o plano do diálogo – como prima a Democracia Direta –, sendo negociados de forma pacífica, consciente, racional e, acima de tudo, humana, já que o interesse, o calculismo, não estaria mais regendo as instâncias conflitivas. Em outras palavras, independentemente do resultado do embate, ninguém sairia em posição privilegiada[carece de fontes?].

Evidentemente, no caso de uma sociedade anarquista, também pode haver indivíduos que perturbem a harmonia social. Como a violência é uma forma pura de autoridade, de poder, o indivíduo que encarná-la em qualquer uma de suas ações, por qualquer que seja o motivo, não será considerado anarquista[carece de fontes?]. Como a Sociedade Anarquista é uma sociedade de anarquistas e para anarquistas, os dissidentes seriam obrigados a garantir a sua subsistência onde a autoridade e a mesquinhez deles tivesse alguma funcionalidade[carece de fontes?].

Piotr Alexeevich kropotkin (1842 – 1921) defende que a Liberdade, em seu estado puro, em conjunto com a fraternidade, serviria como um verdadeiro "remédio" às pessoas, sanando os seus problemas mais nefastos, conseqüentemente, prescindindo-se de qualquer espécie de punição ou coerção. Esta ideia se aplica, num espectro mais amplo, até às questões relacionadas à existência de estruturas manicomiais, responsáveis, na sociedade capitalista, pelas torturas e maus-tratos aos estigmatizados pelo sistema como "doentes mentais".
[editar] Princípio da flexibilidade e naturalidade organizacionais

Os anarquistas, por intermédio da aceitação e compreensão da progressão materialmente dialética da história, em sua maioria, não acreditam que o estabelecimento de estruturas organizacionais rígidas possam promover um desenvolvimento humano efetivo. Assim, acreditam que a inflexibilidade organizacional - típica do sistema capitalista - termina por interferir deleteriamente, quando não suprimir, as faculdades individuais de cada ser humano. Por isso, os anarquistas acreditam que são as dificuldades e problemáticas humanas, materiais e sociais que devem prescrever o modelo temporário de organização, e não as inferências provenientes de abstrações técnicas. Em outras palavras, é a realidade concreta que deve definir as bases da organização da sociedade anarquista, em contrapartida com as situações imaginárias criadas pelos "técnicos", as quais, na maioria das vezes, tendem a ser manipuladas a favor de interesses parciais.

Com o objetivo de se potencializar de forma plena a coesão estrutural - material - necessária à Sociedade Anarquista, a fim de se promover a satisfação das necessidades humanitárias, houve a emergência do conceito de Federalismo Libertário.
[editar] Federalismo Libertário

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Federalismo Libertário

Sendo uma ampliação funcional do princípio da “Ação Direta”, o federalismo libertário é o meio de organização proposto pela maior parte das vertentes anárquicas[carece de fontes?], desenvolvido, no âmbito anarquista, pela primeira pessoa a se intitular “anarquista”: Pierre-Joseph Proudhon (1809 - 1865). Esse conceito consiste na subdivisão organizacional temporária ou permanente da sociedade libertária – em federações, comunas, confederações, associações, cooperativas, grupos e qualquer outra forma de conjugação da força operacional humana – para a maior eficiência das interações humanas, sociais. Por intermédio do federalismo, de cunho libertário, seria possível uma intervenção rápida e direta do homem frente às problemáticas emergentes na sociedade anarquista. Nesse aspecto, Piotr Alexeevich Kropotkin (1842 – 1921) aludia didaticamente às federações como sendo "botes salva-vidas": ágeis no auxílio e versáteis frente às condições ou necessidades adversas[carece de fontes?].

Evidencia-se que o conceito de federalismo, no campo libertário, transcende o conceito atual de federalismo que conhecemos, deixando de representar apenas as associações de grande escala para adentrar no âmbito pessoal, abrangendo, inclusive, as relações interpessoais. Desta forma, o federalismo libertário se firma enquanto a máxima coesão entre o homem e a satisfação proficiente de suas necessidades[carece de fontes?].

O federalismo libertário se difere do federalismo estatal - como o que vigora no Brasil - por não ser concebido em meio a nenhuma relação de submissão e por ser regido, em sua completude, pelas necessidades humanas. Seriam sempre as problemáticas que definiriam e prescreveriam a organização, e não os interesses, sejam eles coletivos ou pessoais.

Com efeito, vários anarquistas já propuseram modelos mais elaborados de organização, de plataformas organizacionais, mas, como é a conjuntura e a naturalidade que devem definir a organização numa sociedade anarquista, elas são consideradas inferências, projetos divergentes, porém, todos unificados pelo conceito uno do federalismo libertário. Em outras palavras, o federalismo libertário é tido enquanto o germe de qualquer organização anarquista.
[editar] Responsabilidades: individual e coletiva

Na sociedade anarquista, a questão da responsabilidade é persecutória em qualquer pensamento acerca das relações entre os seus integrantes. Didaticamente, ela é dividida entre responsabilidade individual e responsabilidade coletiva - ambas totalmente coesas na prática.

Pela primeira, compreende-se a consciência individual encarnada em qualquer ação empreendida pelo indivíduo, de forma pessoal, subjetiva - embora com vistas ao benefício do coletivo. Assim, o anarquista possui seus deveres e obrigações em relação a toda a sociedade, agindo sempre de forma a progredi-la por completo.

Pela segunda, é convencionada a consciência coletiva emergente a partir de qualquer ação exercida por determinada seção operacional - grupo, associação, federação, etc. Uma determinada seção é responsável - em sua integridade - pelas suas ações desenvolvidas, estando suscetível aos seus resultados e, conseqüentemente, às possíveis reformulações ou reorientações.
[editar] Questões freqüentes aos anarquistas
[editar] A instrumentalização da violência

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Anarquismo e violência

Poucos anarquistas defendem a violência contra indivíduos. Durante o fim do século XIX e início do século XX, o anarquismo era conhecido como uma ideologia que pregava os assassinatos e explosões, devido a ação de pessoas como o russo Nechaiev, o francês Ravachol e à influência dos meios de comunicação social da época. A maioria dos anarquistas acredita que a violência contra indivíduos é inútil, já que mantém intactas as relações sociais de exploração e as instituições que a mantêm. Entretanto, os anarquistas acreditam que o recurso à violência é inevitável como legítima defesa à violência do Estado ou de instituições coercivas. Anarquistas como Errico Malatesta e Emma Goldman publicaram célebres debates condenando o individualismo-terrorista de alguns anarquistas. Ambos autores consideraram a ação desses indivíduos inútil e mesmo daninha à causa anarquista, e que seus atos eram reações de desespero em face às injustiças sociais.

Entretanto, é inegável que foram praticados assassinatos políticos inspirados por anarquistas. Por exemplo, Leon Czolgosz confessou ter decidido assassinar o presidente William McKinley após assistir a uma palestra proferida por Emma Goldman. Estadistas como Humberto I da Itália, Elisabeth da Áustria e Marie François Sadi Carnot, presidente da França, foram assassinados por anarquistas italianos. Tudo isto aconteceu durante os últimos anos do século XIX e a primeira década do século XX. Outros atentados, como contra Alexandre III da Rússia e Carlos I de Portugal, foram erroneamente atribuídos a anarquistas, por generalização.

Existiram, no entanto, outros anarquistas, como Leon Tolstoi, que acreditavam que o caminho da anarquia era a não-violência.
[editar] Anomia

A ideia popular de anarquismo como absoluto caos e desordem, que os estudiosos chamam de anomia (ausência de normas) é rejeitada por todos os anarquistas tradicionais citados acima. Os anarquistas concebem os governos como as atuais fontes de desordens defendendo, portanto, que a sociedade estaria melhor ordenada sem a sua existência.

Esta convenção tem fortes conotações e historicamente tem sido usada como uma deficiência por grupos políticos contra seus oponentes, mais notavelmente os monarquistas contra os republicanos nos últimos séculos. Entretanto, a anomia tem sido abraçada por movimentos de contracultura.
[editar] Religião e espiritualidade

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Anarquismo e religião

Cartum anarquista publicado em 1916 no jornal "A Lanterna"

O movimento anarquista não advoga em favor do ateísmo ou agnosticismo, mas em muitas ocasiões sua luta antiautoritária se estendeu ao anti-clericalismo. O problema, portanto, está na consolidação em forma institucional da fé religiosa, tornando-se um instrumento de exploração dos homens.

Desta forma, o que os anarquistas negam é a instituição "Igreja" em todas as suas formas, e não a Igreja enquanto templo de fé, pelos seguintes fatores:

– A sua conivência, conciliação e apoio à dominação capitalista – em especial, pela defesa da propriedade privada;

– Pela sua estrutura completamente vertical, a qual segrega o corpo religioso e toda a humanidade de forma a selecionar os beneficiados e os dignos dos poderes espirituais;

– Pelas intervenções em campos não espirituais, criando, por meio da doutrina fundamentalista, uma série de empecilhos ao desenvolvimento social e humano como um todo;

– Pelo processo de alienação do ser humano em relação à sua realidade, fazendo o indivíduo, muitas vezes, delegar a entes imaginários, espirituais, as transformações humanas que, na verdade, cabem a ele mesmo ajudar a promover.

Por fim, os anarquistas acreditam que o que cada um pensa ou crê, não importa ao próximo, desde que a Liberdade e todos os demais princípios anarquistas não sejam ofuscados de forma alguma.
[editar] Tecnologia

A tecnologia, em sua pureza, não é tratada como um mal em potencial pelos libertários - com exceção da corrente anarco-primitivista. Ela é ferrenhamente combatida em seus moldes capitalistas, já que, sob eles, não possui nenhuma, ou quase nenhuma, função humana ou social e, ademais, na maioria das vezes, chega a corromper drasticamente esses campos – como é o caso das guerras, da excessiva automação industrial, das políticas tecnocráticas, etc.

Em suma, a tecnologia é tida enquanto mais um instrumento de potencialidades humanas, podendo ter uma expressiva funcionalidade libertária – como nos campos da medicina, das comunicações, dos transportes, da segurança e desenvolvimento produtivo do trabalho, etc.

A própria internet por exemplo, apesar de pago e ainda voltada para o capitalismo, permitiu teóricamente um maior uso das ações anarquistas, como o Faça você mesmo (qualquer pessoa pode criar seu espaço ou divulgar sua arte), a auto-suficiencia em organização social (fóruns e blogs), e a troca comunitária de arquivos (os downloads gratuitos ilegais) feita pelo apoio mútuo de pessoas "comuns", sem qualquer distinção racial ou financeira e subvertendo as grandes indústrias e organizações comerciais.

Porém, a corrente de pensamentos anarco-primitivista defende a aversão a qualquer forma de desenvolvimento tecnológico, advogando o retorno das condições pré-civilizatórias para um efetivo desenvolvimento humano.
[editar] Histórico dos movimentos anarquistas

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: História do Anarquismo

O anarquismo desempenhou papéis significativos nos grandes conflitos da primeira metade do século XX. Durante a Revolução Russa de 1917, Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo na Ucrânia, com apoio de várias comunidades camponesas, mas que acabam derrotadas pelo Estado bolchevique de Lênin.

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Revolução Ucraniana

Quinze anos depois, anarquistas organizados em torno de uma confederação anarco-sindicalista impedem que um golpe militar fascista seja bem sucedido na Catalunha (Espanha), e são os primeiros a organizar milícias para impedir o avanço destes na consequente Guerra Civil Espanhola. Durante o curso dessa guerra civil, os anarquistas controlaram um grande território que compreendia a Catalunha e Aragão, onde se incluía a região mais industrializada de Espanha, sendo que a maior parte da economia passou a ser autogestionada (autogerida).

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Revolução Espanhola

Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento anarquista deixou de ser um movimento de massas, e perdeu a influência que tinha no movimento operário dos vários países europeus. Entretanto, continuaria a influenciar revoltas populares que se seguiram na segunda metade do século XX, como o Maio de 68 na França, o movimento anti-Poll tax no Reino Unido e os protestos contra a reunião da OMC em Seattle, nos Estados Unidos.
[editar] Anarquismo no Brasil

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Anarquismo no Brasil

Talvez uma das primeiras experiências anarquistas do mundo, antes mesmo de ter sido criado o termo, tenha ocorrido nas margens da Baía de Babitonga, perto da cidade histórica de São Francisco do Sul. Em 1842 o Dr. Benoit Jules Mure, inspirado na teorias de Fourier, instala o Falanstério do Saí ou Colônia Industrial do Saí, reunindo os colonos vindos de França no Rio de Janeiro em 1841. Houve dissidências e um grupo dissidente, à frente do qual estava Michel Derrion, constituiu outra colônia a algumas léguas do Saí, num lugar chamado Palmital: a Colônia do Palmital.

Mure conseguiu apoio do Coronel Oliveira Camacho e do presidente da Província de Santa Catarina, Antero Ferreira de Brito. Este apoio foi-lhe fundamental para posteriormente conseguir a ajuda financeira do Governo Imperial do Brasil para seu projeto.

O anarquismo no Brasil ganhou força com a grande imigração de trabalhadores europeus entre fins do século XIX e início do século XX. Em 1889 Giovani Rossi tentou fundar em Palmeira, no interior do Paraná, uma comunidade baseada no trabalho, na vida e na negação do reconhecimento civil e religioso do matrimônio, (o que não significa, necessariamente, "amor livre"), denominada Colônia Cecília. A experiência teve curta duração.

No início do século XX, o anarquismo e o anarco-sindicalismo eram tendências majoritárias entre o operariado, culminando com as grandes greves operárias de 1917, em São Paulo, e 1918-1919, no Rio de Janeiro. Durante o mesmo período, escolas modernas foram abertas em várias cidades brasileiras, muitas delas a partir da iniciativa de agremiações operárias de inclinação anarquista.

Alguns acreditam que a decadência do movimento anarquista se deveu ao fortalecimento das correntes do socialismo autoritário, ou estatal, i.e., marxista-leninista, com a criação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1922 participada inclusivamente, por ex-integrantes do movimento anarquista que, influenciados pelo sucesso da revolução Russa, decidem fundar um partido segundo os moldes do partido bolchevique russo.

Porém, esta posição, sustentada por muitos historiadores, vem sendo contestada desde a década de 1970 por Edgar Rodrigues (anarquista português naturalizado no Brasil, pesquisador autodidata da história do movimento anarquista no Brasil e em Portugal), e pelos recentes estudos de Alexandre Samis que indicam que a influência anarquista no movimento operário cresceu mais durante este período do que no já fundado (PCB) e só a repressão do governo de Artur Bernardes, viria diminuir a influência das idéias anarquistas no seio do movimento grevista. Artur Bernardes foi responsável por campos de concentração e centros de tortura, nos quais morreram inúmeros libertários, sendo que o pior de tais campos foi o de Clevelândia, localizado no Oiapoque. Edgar Rodrigues apresenta em várias de suas obras as investidas de membros do PCB que, procurando transformar os sindicatos livres em sindicatos partidários e conquistar devotos às idéias leninistas, polemizavam em sindicatos e jornais, chegando a realizar atentados contra anarquistas que se destacavam no movimento operário brasileiro, durante a década de 1920.

Provavelmente devido aos problemas de comunicação resultantes da tecnologia da época, os anarquistas só terão compreendido a revolução russa de forma mais clara, a partir das notícias de célebres anarquistas, como a estadunidense Emma Goldman, que denunciara as atrocidades cometidas na Rússia em nome da ditadura do proletariado. Seria a partir deste momento histórico que se definiria a posição tática do anarquismo perante os socialistas autoritários no Brasil, separando a confusão ideológica que reinava em torno da revolução russa, identificada pelos anarquistas inicialmente como uma revolução libertária. Esta ideia seria depois desmistificada pelos anarquistas, que acreditam no socialismo sem ditadura, defendendo a liberdade e a abolição do Estado.

Durante o Regime Militar (1964-1985), as principais expressões anarquistas no Brasil foram o Centro de Estudos Professor José Oiticica, no Rio de Janeiro, o Centro de Cultura Social de São Paulo e o Jornal O Protesto no Rio Grande do Sul. Todos foram fechados no final da década de 1960, mas seus militantes continuaram se encontrando clandestinamente, publicando livros e se correspondendo com libertários de outros países. na década de 1970 surge na Bahia o jornal O Inimigo do Rei, impulsionando a formação de novos grupos anarquistas, atráves das editorias autogestionárias, em várias partes do Brasil. No Rio Grande do Sul, nos anos oitenta, cria-se na cidade de Caxias do Sul, o Centro de Estudos em Pesquisa Social - CEPS, voltado para o trabalho social. No ano de 1986, na cidade de Florianópolis, é realizada a Primeira Jornada Libertaria com o lançamento das bases para a reorganização da Confederação Operária Brasileira - COB/AIT e a organização dos anarquistas.

O anarquismo, mesmo com a repressão, renasce, em meio aos estudantes, intelectuais e trabalhadores.

Pode ser encontrado na internet um livro de Edgard Leuenroth "Anarquismo roteiro da libertação social" publicado na década de 60 pela editora mundo livre feita pelo CEPJO.
[editar] Anarquismo em Portugal

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: História do movimento anarquista em Portugal

No final do século XIX dá-se o desenvolvimento de grupos anarquistas, que contribuíram para o derrube da monarquia em 1910. Com a Primeira República dá-se uma grande expansão e é fundada em 1919 a Confederação Geral do Trabalho, de tendência sindicalista revolucionária e anarco-sindicalista.

Consequentemente, com a instauração da Ditadura Militar em 1926, e com a ditadura de Salazar que se lhe seguiu, proíbe-se a actividade dos grupos anarquistas. Em 1933 a censura prévia é legalmente instituída. Os vários jornais anarquistas, incluindo “A batalha”, passam a ser clandestinos e a ser alvos de perseguições. Em 1938 dá-se o atentado no qual se tentou assassinar Salazar.[carece de fontes?]

Com o 25 de abril de 1974 há um novo ressurgimento do movimento libertário, embora com uma expressão reduzida.
[editar] Anarquistas mais conhecidos

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Lista de anarquistas

Noam Chomsky (1928–)
[editar] Internacionalmente conhecidos

(Lista organizada alfabeticamente)

* Anselme Bellegarrigue
* Benjamin Tucker (1854 - 1939), grande defensor do anarquismo individualista
* Buenaventura Durruti (1896 - 1936), militante anarco-sindicalista espanhol, talvez o mais conhecido revolucionário anarquista do século XX.
* Élisée Reclus (1830 - 1905), geógrafo francês.
* Emma Goldman (1869 - 1940), anarco-sindicalista e principal teórica anarca-feminista
* Errico Malatesta (1853 - 1932), anarquista italiano
* Friedrich Nietzsche - (1844 - 1900), veja niilismo.
* Henry David Thoreau, autor do livro chamado Desobediência Civil
* Kate Sharpley - (1895 - 1978)
* Leon Tolstói (1828 - 1910) , escritor russo,anarquista cristão e grande teórico do anarquismo pacifista
* Louise Michel (1833 - 1905), professora, militante anarquista e communard
* Mary Wollstonecraft - (1759 - 1797), ativista libertária e precursora do feminismo
* Max Stirner (1806 - 1856), anarquista individualista
* Mikhail Bakunin (1814 - 1876), conhecido anarquista socialista
* Noam Chomsky (1928 - ), lingüista, adepto do socialismo libertário
* Pierre Joseph Proudhon (1809 - 1865), Considerado o 'pai' do anarquismo e do mutualismo anarquista
* Piotr Kropotkin (1842 - 1921), anarquista-comunista
* Ricardo Flores Magón (1873 - 1922), teórico mexicano, veja magonismo.
* Rudolf Rocker (1873 - 1958), anarco-sindicalista
* Voltairine de Cleyre (1866 - 1912)

[editar] Anarquistas brasileiros

(Lista organizada alfabeticamente)
Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Lista de anarquistas brasileiros

* Avelino Fóscolo (1864 — 1944)
* Domingos Passos
* Edgard Leuenroth (1888 - 1968)
* Florentino de Carvalho (1889 - 1947)
* Lima Barreto (1881 - 1922)
* Jaime Cubero
* José Oiticica - (1882 - 1957)
* Maria Lacerda de Moura (1887 - 1945) - Anarquista Feminista
* Maurício Tragtenberg
* Raul Santos Seixas

[editar] Anarquistas portugueses

(Lista organizada alfabeticamente)
Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Lista de anarquistas portugueses

* António Gonçalves Correia, (1886 - 1967)
* Neno Vasco (1878 - 1920)


Referências

1. ↑ Anarchy. Merriam-Webster online.
2. ↑ Liddell, Henry George, & Scott, Robert, "A Greek-English Lexicon"[1]
3. ↑ Liddell, Henry George, & Scott, Robert, "A Greek-English Lexicon"
4. ↑ *Errico Malatesta, "Towards Anarchism", MAN!. Los Angeles: International Group of San Francisco. (OCLC 3930443) .
* Agrell, Siri (2007-05-14). "Working for The Man". The Globe and Mail.
* "Anarchism". Encyclopædia Britannica. 2006. Encyclopædia Britannica Premium Service. 29 August 2006
* "Anarchism". The Shorter Routledge Encyclopedia of Philosophy. 2005. P. 14 "Anarchism is the view that a society without the state, or government, is both possible and desirable."
5. ↑ Bakunin, M (1876). Deus e o Estado: Cap. II
6. ↑ Marshall, Peter. Demanding the Impossible. Fontana, London. 1993. p. 558
7. ↑ Anarquismo – o inimigo do rei e do Estado ainda vive, por George Woodcock.
8. ↑ Émile Durkheim, O suicídio, 1897
9. ↑ WOODCOCK, George. Os grandes escritos anarquistas. Rio Grande do Sul: L & PM Editores Ltda, 1981. 54p.

Errico Malatesta

Nasceu em 1853 em uma família abastada do sul da Itália. De fato, os Malatesta dominaram a província de Rimini e, no período de maior expansão, os castelli do norte de San Marino, a província de Pesaro, parte de Ancona, Forlì e Ravenna, entre 1295 e 1528.

Desde muito jovem, Errico adere aos ideais republicanos de Giuseppe Mazzini. Aos catorze anos de idade, protesta contra uma injustiça local, enviando uma carta ao rei Vítor Emanuel II, considerada por Luigi Fabbri como “insolente e ameaçadora”. As autoridades levaram o fato a sério e ordenaram a sua prisão, em 25 de março de 1868. Seu pai conseguiu libertá-lo recorrendo a amigos. Dois anos mais tarde foi novamente preso em Nápoles, por liderar uma manifestação, sendo suspenso por um ano da Universidade de Nápoles, onde estudava medicina.

Em 1871, após a Comuna de Paris abandona as idéias republicanas e adere ao anarquismo, ingressando na Associação Internacional dos Trabalhadores, AIT (Primeira Internacional) . Nessa época, entusiasmado com a atividade revolucionária, escreveria sobre a Internacional:

Todos entregavam para a propaganda tudo o que podiam, e também o que não podiam, pois quando o dinheiro escasseava, vendiam tranqüilamente os objetos de suas casas, aceitando com resignação as censuras das respectivas famílias. Pela propaganda esquecíamos o trabalho e os estudos! Enfim, a Revolução estava a ponto de eclodir a qualquer momento e consertaria tudo. Alguns acabavam com freqüência na cadeia, todavia, saíam dali com mais energias do que antes: as perseguições não tinham outro efeito senão consolidar nosso entusiasmo. É verdade que as perseguições daquele momento eram fracas comparadas com as que viriam mais tarde. Naquela época, o regime havia saído de uma série de revoluções e as autoridades, rígidas desde o início com os trabalhadores, em particular no campo, mostravam certo respeito pela liberdade na luta política, uma espécie de indisposição parecida com a dos governantes austríacos e a dos Bourbons, que, todavia, se desfez tão rápido quanto se consolidou o regime, e a luta pela independência nacional foi relegada a um segundo plano.

Nessa época, Malatesta se dedica de corpo e alma à Federação Italiana e colabora com Carlo Cafiero em L’Ordine e La Campana de Nápoles, abandonando seus estudos para dedicar os próximos sessenta anos de sua vida à agitação anarquista. Ao longo desse período passou várias vezes pela prisão e lutou não só na Itália como em outros países distantes e tão diferentes entre si quanto a Turquia e a Argentina. Participou também de insurreições na Bélgica, Espanha e Itália.

Em 1872, no Congresso de Saint-Imier, no cantão de Berna, conheceu Bakunin, de quem iria sofrer profunda influência:

... e assim fui para a Suíça com Cafiero. Encontrava-me enfermo, cuspia sangue e tinha em mente a idéia de que estava tuberculoso... Enquanto atravessava à noite o Gotardo (naquela época ainda não havia o túnel, sendo necessário atravessar a montanha coberta de neve em diligência) resfriei-me e cheguei à casa de Zurique, onde vivia Bakunin, tiritando de febre. Depois das primeiras saudações, Bakunin me preparou uma cama e me convidou – ou melhor, me forçou – a deitar-me, cobriu-me com todos os cobertores que pôde encontrar e insistiu para que eu descansasse e dormisse. Tudo isso com um cuidado e uma ternura maternal que me chegaram diretos ao coração. Quando me encontrava envolto nos cobertores e todos pensavam que eu dormia, ouvi Bakunin dizer coisas admiráveis sobre mim e comentava melancolicamente:“É uma pena que tenha ficado tão enfermo, em breve o perderemos; não lhe restam sequer seis meses!”

Entre as influências que determinaram o desenvolvimento de Malatesta, a de Bakunin foi a mais importante. Malatesta se refere a ele como o grande revolucionário, aquele a quem todos nós vemos como nosso pai espiritual. Sua maior qualidade era a capacidade de comunicar fé, desejo de ação e sacrifício a todos aqueles que tinham a oportunidade de encontrá-lo. Costumava dizer que era preciso ter o diabo no corpo, e sem dúvida o tinha em seu corpo e sua mente.

No ano de 1873 eclodem os movimentos insurrecionais preparados por Bakunin e Cafiero. A polícia, advertida, faz fracassar esses movimentos. Malatesta se encontra em Puglia, foge numa carroça de feno, mas é reconhecido, preso e novamente encarcerado na prisão de Trani. No processo, em 1875, a propaganda pela Internacional não cessa e ele é absolvido. Junta-se então a Bakunin e Cafiero na Suíça. Nesse mesmo ano, apesar dos conselhos de Bakunin, parte para a Hungria a fim de participar da insurreição da Herzegovina contra os turcos. É preso e entregue à polícia italiana.

Juntamente com Carlo Cafiero e outros militantes prepara uma insurreição em Letino, província de Caserta, em 1877, que se tornou legendário na luta social italiana. Ele e seus companheiros distribuiram armas para à população e queimaram arquivos públicos, proclamando o socialismo libertário. Malatesta e Cafiero, ainda que sabendo como fugir permaneceram no local e foram presos. A aventura durou doze dias, um policial foi morto, um outro foi ferido. No processo, todos declararam ter disparado contra os policiais, mas o júri os absolveu.

Malatesta volta a Nápoles em 1878 e é constantemente vigiado pela polícia. Gasta sua herança em propaganda. Parte por um tempo para o Egito. Lá, o cônsul italiano o expulsa para Beirute; o de Beirute o envia para Esmirna. A bordo de um navio francês, torna-se amigo do capitão, que o conserva no navio até a Itália. Em Livorno, a polícia quer prendê-lo, mas o capitão se recusa a entregá-lo. Finalmente, Malatesta desce para Marselha e dali vai para Genebra onde ajuda Kropotkin a publicar Le Revolté. Expulso, dirige-se à Romênia, em seguida, à França, em 1879. De novo expulso, vai para a Bélgica, depois para Londres. Fixa-se, enfim, em Londres, onde trabalha como vendedor de sorvetes e bombons, antes de abrir uma nova oficina mecânica.

No Congresso Anarquista de Londres de 1881 defendeu a criação de uma Internacional Anarquista.

Em 1885 exilou-se na Argentina, onde colaborou com os primeiros núcleos anarquistas, desenvolvendo uma ativa propaganda do Anarquismo, publicando o jornal Questione Sociale.

Regressou à Europa em 1889, desta vez indo para França. Mas logo teve de se exilar na Inglaterra.

Em 1913, vai à Itália, encontra-se com Mussolini, diretor do Avanti, importante jornal operário. Ao longo do ano de 1914 dedica-se a acalmar as querelas pessoais entre os anarquistas. Entra em contato com as outras organizações revolucionárias, faz conferências e encoraja os sindicalistas ).

Em Ancona, durante manifestações antimilitaristas das quais Malatesta participava, a polícia dispara e o povo se apodera da cidade. Os sindicatos decretam greve geral. É a “semana vermelha”. Porém, o exército intervém. Mussolini apóia o movimento em palavra, mas nada faz. Malatesta foge não sem declarar: Continuaremos a preparar a revolução libertadora que deverá assegurar a todos a justiça, a liberdade e o bem-estar.

Ainda em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial, proclama o Internacionalismo e manifesta-se contra aqueles que defendiam a causa aliada, inclusive seu amigo Kropotkin.

Em 1920, já na Itália, inicia negociações com os socialistas para fazer a revolução. A polícia tenta provocar desordens e assassiná-lo. Apesar dos obstáculos legais, seu jornal Umanità Nova tem uma tiragem inicial de 50.000 exemplares. Malatesta impulsiona a União Sindicalista Italiana (U.S.I.), de influência anarquista. No mesmo ano, em Ancona, eclode uma insurreição e as fábricas são ocupadas. Mas o movimento é traído pelos os social-democratas da C.G.T., que devolvem as fábricas.

Após um encontro anarquista em Bolonha, no qual Malatesta toma a palavra, eclodem incidentes, há vítimas e feridos do lado dos operários e da polícia. Malatesta e a equipe do Umanità Nova são presos. Os protestos se multiplicam, ocorrem atentados fascistas. O fascismo, financiado pela burguesia e ajudado pelo governo, avança. Em contrapartida, Malatesta favorece a formação dos grupos armados.

Em julho de 1922, a greve geral é proclamada pela Aliança do Trabalho - união de diversos sindicatos estimulados por Malatesta. Mas os fascistas dizima pela força. Em seguida, em outubro, acontece a “marcha sobre Roma” e, na praça Cavour, os fascistas queimam um retrato de Malatesta. Umanitá Nova é proibido. Malatesta, aos sessenta e nove anos, retoma sua profissão de eletricista. A polícia o vigia em todos os seus movimentos.

Em 1924, surge a revista Pensiero e Volontà. O fascismo, no seu início, permite a liberdade de imprensa, mas a censura se faz cada vez mais severa até a proibição da revista em 1926. A oficina de Malatesta é destruída pelos fascistas e ele é obrigado a sobreviver com a ajuda dos camaradas, assim como de sua companheira, Elena Mulli e a filha desta última, Gemma.

Malatesta passou os últimos anos de sua vida na Itália e, durante o regime fascista, correspondeu-se com Makhno e criticou duramente a Plataforma Organizacional dos Comunistas Libertários. Foi mantido em prisão domiciliar, morrendo em 22 de julho de 1932. Tal era o medo que inspirava às autoridades da época que, ao morrer, seu corpo foi jogado em uma vala anônima, para impedir que seu túmulo se transforma-se em um símbolo e ponto de partida para as agitações dos dissidentes.
[editar] Obras

* Escritos revolucionários
* Entre camponeses
* A Anarquia
* Anarco-comunismo na Itália (em co-autoria com Luigi Fabbri)